Saturday, January 06, 2007

REFORÇO PARA AS MILÍCIAS

MAIS SEIS PMS PRESOS POR LIGAÇÃO COM TRÁFICO




Policiais são acusados de vender armas a bandidos e de dar proteção a criminosos contra quadrilhas rivais


A Corregedoria da PM prendeu ontem mais seis policiais acusados de envolvimento com o tráfico de drogas, dando continuidade à Operação Tingüi, desencadeada pela Polícia Federal, no mês passado.

O juiz Marcelo Villas, da 1aVara Criminal de Madureira, decretou a prisão preventiva (que vale por todo o processo) de 70 policiais militares e de Bruno da Silva Loureiro, chefe do tráfico da Favela do Muquiço, em Guadalupe.

Desse
total, 60 policiais já estavam presos temporariamente, desde o dia 19 de dezembro, quando a operação da Polícia Federal foi deflagrada.

Ainda falta prender quatro policiais militares Na época, a Justiça decretou a prisão temporária (que vale por 30 dias) de 66 PMs, mas seis deles haviam cometido crimes militares, como extorsão mediante seqüestro e corrupção passiva, cuja competência é da Justiça Militar.

O juiz Marcelo Villas encaminhou esses casos para a Auditoria Militar, mas os PMs continuam presos. Todos os detidos estão no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica. Ainda falta prender quatro policiais.

No total, 76 PMs foram denunciados pelo Ministério Público estadual, após terem sido investigados pela Polícia Federal e pela Corregedoria da Polícia Militar. De acordo com a sentença do juiz Marcelo Villas, os 70 policiais que tiveram a prisão preventiva decretada no último dia 2 vão responder a processo por tráfico, associação ao tráfico e formação de quadrilha. Eles são acusados de vender armas a traficantes, além de proteger os bandidos de ataques de quadrilhas rivais.

Nas investigações feitas pela Polícia Federal com a ajuda de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, foram identificadas diversas equipes de policiais que utilizavam codinomes nas conversas com traficantes da Favela do Muquiço.


Juiz: “caso mostra situação grave da segurança pública”.

Em sua decisão, o juiz Marcelo Villas disse que “o envolvimento de vários policiais militares com o crime organizado acaba por denotar o quão grave e delicada é a situação concernente à segurança pública no Rio de Janeiro, sendo certo que a segregação cautelar de todos os envolvidos subsidiará a dissipação do sentimento de insegurança e impunidade que atualmente a população do Rio de Janeiro detém”.

Os dez policiais com mandados de prisão expedidos ontem são do 1.º BPM (Estácio), do 4.º BPM (São Cristóvão), do 9.º BPM (Rocha Miranda), do 16.º BPM (Olaria), do 17.º BPM (Ilha do Governador), do 18.º BPM (Jacarepaguá), do 23.º BPM (Leblon), do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais (BPVE) e do Batalhão de Choque (BP Choque).

No mesmo dia 19, quando foi deflagrada a Operação Tingüi, o comandante do 14o BPM (Bangu), coronel Celso Nogueira, onde 40 policiais foram presos, foi também detido, em outra operação da Polícia Federal, denominada Gladiador

Coronel é acusado de ligação com contraventor O oficial é acusado de ligação com o contraventor Fernando Iggnácio, preso sob a acusação de explorar máquinas de caça-níqueis. Nogueira foi filmado num encontro com Iggnácio, num restaurante na Barra da Tijuca.

Fonte: O GLOBO – RIO – Pg 14 – 2/01/2007

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